Monday, December 11, 2006

Caminho Português


A sua configuração contará com uma dinâmica histórica de diversa índole. Pontes, capelas rurais, santuários, cruzeiros, paços e cidades históricas vão-se desenrolando. O caminho português na Galiza, no seu decorrer em direcção a norte, faz uso de trajectos antigos que cruzam bosques, terras de labor, aldeias, vilas e cidades históricas. Caminhos que saltam cursos de água através de pontes romanas e medievais. A hospitalidade da gente é proverbial. A acolhida ao peregrino é uma das marcas de identidade da peregrinação jacobeia. Iniciada na Idade Media por monges e clérigos nos hospitais fundados por reis e nobres, são hoje os hospedeiros dos albergues dos peregrinos e os habitantes das actuais povoações quem mantém a bela e secular tradição.

Em certas ocasiões, os peregrinos têm que se esquecer as sendas de terra e pedra, para caminhar pela berma da estrada N – 550, Vigo – a Corruna. O traçado da estrada foi-se sobrepondo a boa parte da rota portuguesa do caminho de Santiago. Para a peregrinação tradicional isto supõe uma certa incomodidade. No entanto, trata-se de uma inconveniência passageira e pontual que resulta perfeitamente compensada no momento da conclusão de cada uma das distintas etapas deste trajecto de devoção, arte e cultura, possuidor de uma força monumental e ecológica fora de qualquer dúvida. Divinal!

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