Friday, December 15, 2006


Sapatos, meias e pés.

Este tema merece destaque no caso de ser peregrino a pé. Pondere muito bem sobre o que irá calçar na viagem.

Sapatos (botas) de montanhismo –são os mais indicados, geralmente impermeáveis, fechados, com respiração para os pés e que proporcionam um bom andar.

Sandália – muitos são os peregrinos que optam por este calçado por ser mais confortável, existem sandálias ortopédicas próprias para caminhadas, é o ideal para pessoas que tem problemas com os pés e suam muito dos pés. Porém certifique-se que na parte da frente a sandália faz um desenho tipo barco, ou seja que se eleva na parte da frente da sandália. Pois a desvantagem desta é que como é aberta, pode magoar os pés com as pedras. Existem peregrinos, que á força de bater com os pés em pedras ficam com os dedos inchados e as unhas pisadas.

Meias – as meias que usam são muito importantes, devem ser 100% algodão e grossas. Não devem ter na sua constituição materiais sintéticos, que não permitem ao pé respirar, não devem ter elásticos muito fortes e devem ser grossas. Existem meias no mercado de montanhismo são as ideais.
Algumas sugestões: Se as meias tiverem um elástico, ponha as meias em molho durante um dia em água quente, desta forma o elástico cede. No caso de serem finas, use dois pares de meias.

Os pés são os verdadeiros sacrificados nesta caminhada, a eles devemos tratar com muito cuidado e dispensar parte do nosso tempo.

1- Antes de começar a caminhada, passe vaselina que portege os pés das bolhas.
2 – sempre que sentir que a meia lhe está a provocar incomodo que tenha um pedrinha no sapato, etc. Pare descalce o sapato, corrija o que não está bem, aproveite e descanse 5 minutos os pés agradecem e verá que poupará tempo poupando os seus pés.
3 – Massage os pés ao fim do dia, utilize a vaselina que é muito gordurosa e ideal para ajudar numa boa massagem.
4- deve porás pernas ao alto, pelo menos durante 15 minutos.
5 – Cuide as suas bolhas:

1ª técnica – fure a bolha com uma agulha depois de desinfectada e queimada, use o isqueiro e a loção desinfectante. Depois coloque o compeed (pensos próprios para bolhas, que encontra em qualquer farmácia).

2ª técnica – Molhe a linha de costura na loção desinfectante, queime a agulha e desinfecte fure a bolha deixando dentro o fio desinfectado, que vai permitir uma drenagem gradual. Faça o penso.

3ª técnica – com a seringa queimada a agulha e desinfectada retire o liquido de dentro da bolha e introduza com a mesma seringa betadine, e faça o penso.

A sugestão vai para que leve todo o material na sua farmácia, pois se um método não funcionar a 100% sempre tem a possibilidade de utilizar outro. Além de que a natureza das bolhas são diferentes e onde se situam também contribui para que certas técnicas funcionem melhor do que outras em determinadas situações.

Saco e utensílios

Lista:

- Saco de viagem – deve ser confortável e leve
- Bastão – Ajuda a caminhada inicialmente pode parecer supérfluo mas ao fim de alguns quilómetros e de alguns declives no caminho compreenderá que é imprescindível, poderá também encontrar um pelo caminho no meio da natureza ou utilizar uma bengala.
- Concha – A concha é um símbolo que se utiliza como identificação de peregrino.
- Maquina fotográfica
- Lanterna
- Saco de dormir
- Bloco de notas
- Mapa da península ibérica e / ou roteiros do caminho.
- Credencial
- Produtos de higiene pessoal – um bom método para poupar no peso é levar amostras de champôs, pasta de dentes etc. Não esqueça um rolo de papel higiénico.
- Toalha de banho – um bom método é levar um tecido que seque com facilidade e não seja muito pesado (tecido das antigas fraldas de bébe).
- Chinelos de piscina
- Roupa – roupa muito pratica, leve e fina que possa ser lavado e seque de um dia para o outro. Dedique tempo a pensar naquilo que deve levar, existem pessoas que optam por levar apenas um par de calças, duas camisolas e um pijama, esta forma poupam no peso
- Roupa interior e um impermeável.
- Farmácia – ligadura / gaze / adesivo / loção desinfectante / tesoura / agulha / fio de linha de custura / vaselina / algodão / pomada para bolhas ou compeed / repelente de insectos / baton protector / aspirinas/ seringa.
- Sacos lixo
- Colher / faca
- Isqueiro
- Canivete
- Alfinetes abébes – para substituir as molas, são mais leves e resultam muito bem
- Sabão
- Um elásticode 1,5m – quando não tiver corda para estender estica o seu elástico e pode por a sua roupa a secar.

Algumas notas:
- O peso que cada um deve transportar é 10% do seu corpo pessoal, acima deste valor o peso vai pesar sobretudo sobre os pés e como consequência terá bolhas nos pés.
- é incrivél a criatividade que se encontra entre os peregrinos no que diz respeito aos utensílios com o objectivo de reduzir ao peso, acredite que 200 gr para um peregrino significa peso.
- geralmente os peregrinos na sua primeira experiência enviam muitos dos seus utensílios para casa por correio, pois não seguindo a risca estas indicações acabam por transportar peso a mais que a meio da viagem tem de se desenbaraçar. No caso de lhe acontecer, não envie as suas coisas para casa, pois o mais provável é que seja estrangeira e fica caro, envie para a estação dos correios de Santiago de Compostela e quando chegar a cidade recupere os seus bens (tem 30 dias para o fazer).

Os Outros











Cada um tem a sua revelação, a minha muito honestamente não foi a de conseguir ultrapassar os obstáculos, e quando estava no limiar das minhas forças continuar sempre em frente, essa experiência esse sentimento essa aprendizagem já faz parte de mim há muito tempo. O que foi para mim uma revelação foram os outros, sim os outros! Todas as pessoas com quem cruzei, não só peregrinos, foram pessoas de coração aberto e prontos a ajudar, vi a bondade a olhar para mim, de frente durante todo o caminho, o apoio, o insentivo, as palavras amigas de encorojamento, e a mão amiga sempre que precisava, foi-me estendida.


A todos um muito obrigado, a lição deste caminho para mim estava em cada um de vós.





Santiago de Compostela



Já na rua de Rosalía Castro, em Compostela avança-se em direcção à igreja do Pilar (A esquerda), belo templo barroco situado na Alameda, chega-se então à Porta Faxeira, tradicional entrada do caminho português na cidade de Santiago.
A rua de Franco conduz até ao colégio de Santiago Alfeo, edifício universitário do século XVI dedicado ao apóstolo Santiago Menor, cuja cabeça se conserva no relicário da catedral. Na mesma rua encontra-se a capela de Santiago, que recorda o lugar, onde segundo a tradição, parou o carro que transportou o corpo do Apostolo de iria a Compostela.

A poucos metros já se encontra a esquina do claustro da catedral, notável construção renascentista. A catedral de Santiago, cuja construção foi iniciada em 1075, é um dos grandes monumentos europeus, tanto a nível artístico como simbólico. Desde a sua origem românica, evoluiu através dos mais diversos estilos, especialmente o barroco, que alcançou o seu auge na Fachada de o Obradoiro (1738-1750). Percorrendo as suas naves e o museu é possível aceder a um património tão singular como diversificado nos seus conteúdos e significados.

Depois de ter visitado a catedral composteleana, ponto de chagada e encontro dos peregrinos, a cidade de Santiago oferece-se ao visitante em todo o seu esplendor histórico, em toda a sua diversidade e dinamismo presentes.

A actual cidade de Santiago de Compostela nasce como um pequeno núcleo de monges custódios em torno do sepulcro do apóstolo no momento da sua descoberta, por volta do ano 820. O desenvolvimento da cidade na idade Média é espectacular, graças ao auge europeu das peregrinações, que a converte, com Jerusalém e Roma, num dos três grandes centros da Cristandade.

Desde o século XV ao XIX a cidade altera momentos de dinamismo e de certa decadência. As peregrinações perdem peso, mas Santiago consolida-se como centro cultural, com a criação da Universidade, o que se reflecte na sua renovação urbana renascentista e barroca, tão presente e palpitante nos mais relevantes edifícios históricos da cidade, e no ambiente jovem que se vive por toda a cidade.
Santiago vive desde a segunda metade do século XX um contínuo período de expansão. Devido ao progressivo renascimento das peregrinações, que mantêm o seu significado espiritual tradicional. A cidade foi declarada Património da humanidade pela UNESCO.


A composteleana, é escrita em latin, é o certificado, a comprovação de que percorremos o “caminho”, pergunto-me se é mesmo necessária pois essa experiência ninguém me pode tirar. Porém como vivemos no século dos certificados e das credenciais...
Dirijam-se ao apoio ao cidadão fica na rua
Se estiver de frente contorne a catedral pela direita irá dar a um largo com uma belíssima fonte, aí vire á direita e encontra logo.
Sugiro que vá buscar a sua catedral antes das 10h da manhã desta forma o seu nome será mencionado durante a missa do peregrino que é ás 12h, a missa do peregrino é o momento alto, junta os peregrinos de todos os caminhos de Santiago, todos partilham a mesma energia derivado do sentimento de que conseguimos, é uma paz. A fraternidade, o sorriso o cumprimento entre os peregrinos, sentimo-nos todos parte de algo muito maior e transcendente do que nós próprios, é magnifico. Quando citam os nomes dos peregrinos que chegaram nesse dia, e citam o seu é inexplicável, vem mesmo as lágrimas aos olhos, pelo menos a mim veio. O espectáculo do fumeiro, também não é de perder, é um bonito espectáculo. E meus caros quando abandona-mos a igreja sentimo-nos leves, livres de todos os pecados. E prontos para enfrentar, o mundo com outros olhos.

Monday, December 11, 2006

O meu “Caminho”

1) Valença do Minho (121 Km)

Chamava-se Contrasta até que D. Afonso III mudou-lhe o nome para Valença e deu-lhe novo floral (1262).
A fortaleza foi melhorada no tempo dos Filipinos. Dispõe de um duplo polígono defensivo, apoiado por doze baluartes e quatro revelins. Tem quatro portas: de Santiago ou do Sol, da Gabiarra, da Frente da Vila e da Coroada. No seu interior da fortaleza encontramos casas ancestrais, igrejas, pequenas praças, hoje virada para o turismo, é povoada por casas de comércio, de artesanato e restaurantes.

Durante séculos, os peregrinos procedentes de Portugal acediam à cidade de Tui cruzando o rio Minho em barca. Em 1884, a construção da Ponte internacional, obra do arquitecto Gustave Eiffel, ofereceu-lhes uma passagem pedonal.
A partir da Ponte, o traçado dirige-se em direcção ao porto Tudense de Lavacuncas, onde se produzia antigamente o desembarque de peregrinos.



2) Tuy (114 Km)

Tui apresenta-se como ponto de arranque do caminho português na Galiza.
A catedral de Santa Maria de Tui é obra romântica e gótica, com capelas e naves que se enfeitam com imagens e pinturas do século XVI-XVII. Edificada entre 1145 – 75.
A catedral tem um claustro da segunda metade do século XII, é o único claustro medieval completo que conserva uma catedral galega, com maior valor por possuir parte da sala capitular românica do século XII.



Na praça do Consistório, adjacente à catedral está o Museu Diocesano de Tui-Vigo, organizado no antigo hospital do peregrino que tinha patrocinado, em meados de XVIII, o bispo de Castanón. A não perder, conta com uma esplêndida colecção de escultura sacra e ourivesaria litúrgica que vai do século XIII ao XVIII.

O caminho português continua pela rua das Monxas, à sombra dos muros do Convento das Clarissas, as “encerradas”. A rota passa pelo túnel das Monxas, desce uns degraus e chega ao sítio onde estava a Porta Bergana, um dos acessos à cidade medieval.
Passando a igreja de santo Domingo de Tui (séc. XIV), as ruas António Valino e de San Bartolomé conduzem à igreja romântica de San Bartolomé de Rebordáns (séc. XI). Neste antigo mosteiro encontrou hospitalidade, a princípios do século XII, o prelado compostelano Diego Gélmirez quando trasladava as relíquias de Braga para a Catedral de Santiago.

Deixando Tui para trás, a rota decorrer pela N-550 até chegar à capela da Virxe do camino. Daqui segue pela a ponte das Febres (ponte de San Telmo) até ao lugar de A Madalena. O caminho ultrapassa a ponte de Orbenlle, deixando a ponte de Gándaras de Budino, atravessa um polígono industrial.

A zona industrial de Porrino é uma recta diabólica, entre fábricas, transito, maus cheiros, onde o cansaço chega por antecipação. Chamo a este troço do caminho a tentação do Diabo, as portas do “inferno”, no qual somos postos à prova. Se vencermos o desânimo estamos prontos para seguir o caminho e ultrapassar qualquer obstáculo. É a Capela de A Virxe da Guia indica a proximidade de Porrino.





3) Porrino (98 Km)

É a Capela de A Virxe da Guia indica a proximidade de Porrino.
Atravessa-se a vila pela praça de San Sebastian e praça de Concello, para passar rapidamente às imediações da capela das Angustias.



4) Redondela (77 Km)

Dois quilómetros depois de sair de Porrino, cruza-se a N- 550 e o rio Louro para encontrar o palácio de mós e empreender a subida da rua dos Cabaleiros.
Por Enxertade, com o vale a nascente, chega-se, subindo ligeiramente, à capela de Santiaguino de Natas, um aprazível lugar. Logo passando ante o miliário romano de Vilar de Enfesta ou de Saxamonde, atravessa-se a meseta de Chan das pipas.


Seguindo a via romana, o traçado vai de novo à N – 550, entrando em Redondela à altura do convento de Vilavella. Em Redondela a rota decorre a rua de Padre Crespo, até chegar à igreja de Santiago, cuja a origem remonta aos tempos de Gélmirez, ainda que tenha sido reedificada no século XVI. O albergue da vila, situado num edifício histórico do Século XVI denominado a casa da Torre, é um dos principais do Caminho Português, mais do que um albergue é um ponto de convívio das gentes da vila, com um espaço de exposições no qual podemos as mais variadas exposições de arte. (a não perder)

A saída de Redondela, passada a ponte do caminho-de-ferro, a rota prossegue num bosque. A sinalização conduz até ás ruínas de uma das casas de posta que marcavam a rota. Perto está Sotoxusto. Rodeados de pinheiros, desce-se pelo lugar de Setefontes para atravessar Árcade pelas típicas ruas e chaga-se à histórica Pontesampaio.
O caminho cruza o rio Verdugo pela ponte onde, na guerra da Independência, se produziu uma das maiores derrotas do exército napoleónico na Galiza, às mãos do povo armado.

A rota sai da ponte e percorre a vila de Pontesampaio, subindo por uma estreita e empedrada rua que surge à esquerda. Por ela se percorre as pequenas e pitorescas ruas da vila, que nos conduzem para fora do núcleo urbano.
Faz-se uma paragem em santa Maria de Pontesampaio (séc. XIII) bom exemplo românico rural, cruzamos a estrada do cemitério. Ela conduz à Verea Vella da Conicouva antiquíssimo caminho empedrado (Subida de pedregulhos a ultrapassar durante alguns Km, ficará satisfeito quando chegar ao fim).

O caminho acerca-se a santa Marta de Gandarón, deixando para trás lugares de Boullosa e Bértola, Por asfalto, num trajecto de três quilómetros, já se alcança Pontevedra. Entra-se na cidade pelo caminho de Gorgullón e Virxe do Camino.

5) Pontevedra (61 km)

Pontevedra possui um dos conjuntos históricos e artísticos mais belos da Galiza. Chaga-se até ele pela rua Benito Corbal, que conduz à praça de A Peregrina, onde está o Santuário da Virgem Peregrina (séc. XVIII), um dos pontos de referência para as devoções dos peregrinos. Foi construída em 1778 pelo arquitecto Arturo Souto com planta em forma de concha de vieira.

Ao final da rua Michelana, encontram-se as evocadoras ruínas do Convento de Santo Domingo (Séculos XIV – XV). A sua igreja era maior dos templos dominicanos galegos. Na actualidade, forma parte do Museu de Pontevedra.

O caminho conduz da Peregrina à imediata Ferreiria, praça que embeleza com os jardins de Castro Sampedro, a bela Fonte da Ferreiria (séc. XVI) e a igreja conventual de San Francisco (séc. XIV).

O peregrino não pode deixar de visitar o Museu de Pontevedra. Os seus fundamentos encontram-se vários edifícios históricos da cidade. São de destacar a colecção de ourivesaria pré-romana, as suas salas de pintura e gravados e a sala de azeviches compostelanos, uma das melhores de Espanha.
Na zona norte está a basílica de Santa Maria A Grande, templo patrocinado pelo grémio de mareantes de Pontevedra do século XVI. Possui uma bela arquitectura onde se conjuga o último gótico com as tendências renascentistas, de beleza ímpar.

O caminho abandona Pontevedra, Deixando à direita do traçado um sossegado castanhal, a rota decorre paralela à via do caminho-de-ferro até ao lugar de Pontecabras, prosseguindo rumo ao norte até alcançar entre pinheiros e eucaliptos, a igreja e reitoria de Santa Maria de Alba. Passada a capela de San Caetano, esperam-nos profundos bosques de Reiris e Lombo de Macieira, encontra-se então o cruzeiro de Amonisa, em cujo fuste Santiago Peregrino indica o caminho aos seus romeiros.


A partir de Ponte Valbón, até a capela de Santa Lúcia em Briallos, a rota transcorre muito placidamente, ainda que seja preciso atender à sinalização devido às encruzilhadas e contínuos ziguezagues que oferece o trecho. Há que destacar neste projecto a pequena igreja de San Martín de augudelo, em Barro, de princípios do século XIII.


6) Caldas de Reis (38 Km)

A Aquae Celenis do itinerário Antonino, banhada pelos rios Umia e Bermanã. Destaca a igreja de Santa Maria de Caldas, construção do sólido cadeirado de princípios do século XIII.

Na parte antiga da Vila encontra-se a igreja de Santo Tomas Becket, único templo galego dedicado ao santo arcebispo de Canterburry e grande dignitário de Inglaterra (1118- 70), assassinado no interior da sua catedral, por um dos cortesãos do rei Enrique II de Inglaterra. Tomas Becket foi em peregrinação a Santiago em 1167, fazendo uma paragem na vila de Caldas. A igreja que leva o seu nome foi construída entre 1890-94 com as pedras da torre medieval da rainha dona Urraca, onde tinha nascido o rei Alfonso VII de Castela e Leão.

A ponte sobre o Umia acerca o peregrino à fonte das águas termais que dão nome à vila desde época romana. Segue-se a rua real e cruza-se a Ponte Bermanã, peça medieval de enorme encanto, e alcança-se o vale do rio Bermanã, rodeado por bosques centenários.




Já fora de Caldas pode visitar-se a interessante igreja romântica de santa Maria de Bemil.
O caminho prossegue até chegar ao conjunto de Santa Marina de Carracedo, composto por igreja, casa reitorial e celeiro. Depois continua pelos lugares de Casal de Eirixio e O Pino e penetra em bosques profundos que decorrem, entre rumor de águas, próximos a antigos moinhos.

Depois de passar as aldeias de Cabaleiro e ontelo para chegar entre uma mar de pinheiros, a Condide. Encontra-se um belo cruzeiro que tem gravada a data de 1797.
Depressa se encontra a Ponte de Censures, obra de origem romana, com restos do século XII, muito reconstruída e restaurada nos seus dois mil anos. Passada a ponte, segue-se até Padrón pela N- 550.

7) Padrón (22 Km)

Celebre vila em que chagou a nave que conduziu o corpo de Santiago o Maior desde Jaffa (Palestina).

Nesta vila a peça mais jacobeia da vila é o Pedrón, interpretada como ara romana dedicada a Neptuno e na qual, segundo a tradição, se amarrou a barca de pedra que tinha transportado o corpo do apostolo a os seus dois discípulos Teodoro e Atanasio, encontra-se na margem do rio próximo da A igreja de Santiago de Padrón, de austero neoclassicismo, guarda importantes testemunhos.

O caminho percorre várias das principais ruas de Padrón, mostrando ao peregrino o seu património histórico. Um dos edifícios mais notáveis é a igreja Do Carmem (fig. a esquerda), construído entre 1717-57 sobre um promontório, ao lado do Sar, sob a direcção do carmelita descalço frei Pedro de la Madre de Dios.

Aos seus pés está a fonte de Carmem, frente à qual se lavrou a cena da trasladação do corpo do apóstolo.
No fórnice, representa-se o baptismo da Rainha Lupa por Santiago o Maior, cena que evoca a evangelização destas terras pelo Apostolo.
Nas imediações, a um quilómetro de distância, o peregrino pode fazer uma pausa e descansar no Santiaguino Do Monte, lugar que possui um belo miradouro, uma capela dedicada a Santiago e um altar com a imagem de Santiago numas rochas.
Do caminho em direcção a iria Flavia, a rota segue por um dos edifícios mais notáveis O Palácio do Bispo Quito, é uma obra barroca do arquitecto Melchor de Velasco que data de 1666.
Dois quilómetros depois chega-se à Colegiata de Santa Iria, rodeada pelo cemitério de Adina. A origem da Colegiata de Santa Maria de Iria remonta à Alta idade média – ainda hoje se encontram nos arredores vários sarcófagos do século VI – e foi construída sobre a protecção de Santa Eulália. Almanzor danificou este templo em 997. No século XI foi reconstruído várias vezes pelos bispos.
Frente à fachada da colegiata, situam-se as casas dos cónegos, actualmente ocupadas em boa medida pela sede da fundação Camilo José Cela, ilustre escritor padronês Prémio Nobel da Literatura.
O Caminho continua pelas aldeias de Quintáns, Souto, Rueiro, Cambelas, Anteportas, Tarrio e Vilar, num ziguezague constante por ruas estreitas e pequenas com casas de construção granítica (muito belo).

O traçado encaminha-nos para o Santuário Mariano de A Escravitude, levantado em 1732 – 43 sobre a fonte diante da qual, em 1732 teve lugar um milagre que motivou a sua construção. O sumptuoso e barroco santuário foi construído com o dinheiro de doações e foi concluído em 1750.
Uma vez deixado o santuário, o caminho passa em frente da igreja de santa Maria de Crices para decorrer entre Bosques e cruzar a via do caminho-de-ferro na pitoresca aldeia de Angueira de Suso. Segue-se até Areal e O Faramello, para depois continuar até ao bonito lugar de Rua de Francos, no bosque próximo encontram-se os restos de uma calçada romana e uma ponte.
8) Teo (12,5 Km)


Um formoso cruzeiro gótico – um dos mais antigos da Galiza – despede o peregrino da rua de francos. E apôs um brusco ziguezague, chega-se a Pontepedreira, segue-se Arieira e Milladoiro. Intuindo já as torres da catedral e passado um curto trecho chega-se a Agro dos Monteiros, a partir de onde é possível ver, ao longe, a cidade do Apostolo.
O velho caminho medieval deixa a um lado as ruínas do castelo arcebispal denominado A Rocha Vella, aproxima-se de Santomil e Amanecida e cruza a ponte do rio Sar.

Norte de Portugal - Minho

Esta província onde há riso e cor, alegria no ar, com o verde esfuziante da natureza e uma religiosidade e um não sabe o quê místico e sagrado. Nas velhas rotas do caminho de Santiago, existem pequenas ermidas românticas, lindas catedrais, ou as capelinhas minúsculas a quem as gentes confiam os gados, as sementeiras e a felicidade do lar.

A visitar:

A Senhora da Peneda, as terras altas do Mezeio, a Senhora do Minho, no alto da Serra d´Arga.

O Coração de Jesus, no alto de Santa Luzia com a ribeira lima que lhe fica aos pés.

Senhora da Agonia e a devoção dos homens do mar, a Senhora da Bonança, em vila praia de ancora.

A Senhora da Cabeça, a Senhora do faro, a Senhora da Encarnação, a Senhora da Abadia, a Senhora da Aparecida, o Senhor do Socorro, o S. Bento da Porta aberta, a Senhora da Boa Morte, a Senhora do Sameiro ... esse santuário mariano que João Paulo II não deixou de visitar numa homenagem ao Minho e à Senhora agradecendo o milagre da sua vida, unindo-se em coração com milhares de peregrinos que o aclamavam e pediam a bênção “Urbi e Orbi”

Terras de Bouro – os vales, as albufeiras, as veigas, os patamares, as aguas sussurantes que reflectem os céus, as agulhas graníticas que rasgam os ares as nuvens, as encostas, ora suaves ora a pique onde no meio de arbustos e espécies arbóreas de primazia no colete vegetal português, nos aparecem nichos de aldeias, cruzes de canastros, as capelas da ribeira. Os rebanhos, o Lobo, o javali, o corso. A águia e o peneireiro, o açor. E sempre aquele matizado de cores: o verde, o amarelo, o azulo, o castanho ... Castanho veludo, castanho dourado, castanho musgo, pontilhado de flores brancas, fetos reais...


Caminhos do Minho:

Caminho do Noroeste: Porto – Esposende – Viana do Castelo – V. Praia de Âncora – Caminha – V.Nova de Cerveira – Valença – Tui – Porrino – Redondela – Pontevedra – Caldas de reis – Padrón – Santiago.

Caminho do Lima: Porto – Barcelos – Ponte do Lima – Valença – Tui - Porrino – Redondela – Pontevedra – Caldas de reis – Padrón – Santiago

Caminho do Norte: Porto – Barcelos – Portela de Suzã – Geraz do Lima – Azevedo – Vila nova de Cerveira – Valença – Tui - Porrino – Redondela – Pontevedra – Caldas de reis – Padrón – Santiago

Caminho de Celanova – Porto – Braga – Ponte lima – Arcos de Valdevez – Lindoso – Madalena – Lobios – Entrimo – Bande – Celanova – Ourense – Lalin – Santiago.

*Caminho da Geira Romana – Porto – Braga – Caldelas – Covide – Portela do Homem – Lobios – entrimo – Ameixoeira – Castro Laboreiro – Melgaço – A Canizã – Ribadavia – Ourense – Lalin - Silleda - Santiago

Algumas Notas:
* A minha sugestão vai para o Caminho da Geira Romana, Serra do Gerês – terras de Bouro, um caminho mais agreste, mas de beleza natural prodigiosa.
Em Portugal existem poucos albergues para os peregrinos, por isso terá que procurar estadias, sugiro que procure pousadas da juventude em que os preços rondam os 5 euros a 7 euros por noite.

Comece do caminho português na cidade Porto – Portugal. (232 KM)

O Porto é um aglomerado cinzento e ocres, com um rio que também tem tonalidades sombrias e muitas vezes sujeito a uma neblina que parece extraída de uma qualquer cidade nórdica. No entanto, é capaz de irradiar uma luz que jorra de algum lugar misterioso do seu interior e atravessa as paredes graníticas dos seus edifícios mais visíveis. O porto é uma cidade com uma forma espectacular, uma espécie de verticalidade que nos permite ver as suas fachadas com um só olhar. Esta marcada inclinação é também um traço íntimo da cidade, que não pode ser percorrida sem permanentes subidas e descidas, ao ponto de, a sua zona antiga, serem raros os espaços planos e inúmeras as praças que tem de adaptar-se, mesmo que seja levemente, aos desníveis do terreno.

A história da cidade remonta a mais de três mil anos antes de Cristo, mais tarde os romanos criaram dois núcleos, Portus e Cale, que acabaria por dar o nome ao país. Na idade média o burgo iniciou o seu desenvolvimento começando a definir o seu carácter comercial e laborioso ainda hoje actual. A curiosidade que é identidade dos seus cidadãos alimentou as principais aventuras transoceânicas. Cidade onde nasceu o Infante D. Henrique grande empreendedor nas descobertas marítimas no século XIV. No Século XVII teve um segundo salto com o contrato de Methuen que deu um enorme impulso ao comercio com as ilhas britânicas em especial os vinhos do porto tornando-os famosos.

A tradição deu aos habitantes do porto o apodo de tripeiros (comedores de tripas), devido a um facto que aconteceu no final do século XVI, quando todos os habitantes da cidade decidiram prescindir de todas as suas existências de carne para abastecer as despensas de uma expedição a Ceuta. As tripas passaram a ser parte inseparável da gastronomia da cidade, dando origem a saborosas receitas que também incluem presunto, frango, cebolas, ervas aromáticas e especiarias, entre outros ingredientes. Os rojões à moda do Minho, e todos os tipos de bacalhau são a não perder nesta cidade.


A Visitar:

Igreja de S. Francisco – Obra de estrutura gótica iniciada, em 1383, pelos franciscanos e anexa a um convento que foi destruído durante as guerras civis do inicio do século XIX. O interior, totalmente coberto de talhas douradas ao longo dos séculos XVII e XVIII, que lhe valeu o nome igreja de ouro, construção barroca.

Palácio da Bolsa – Símbolo do poder atingido pelos comerciantes do Porto, edifício de 1842, com fachada neoclássica. No seu interior alberga o salão árabe, onde se misturam o classicismo e o gosto ilimitado pela geometria própria do Islão.

Atravesse a Ponte D. Luís I, construída por Gustave Eiffel em 1886 e desfrute de uma visita as Caves do Vinho do Porto. Visitas guiadas, gratuitas, que inclui a degustação do vinho.
Igreja da Misericórdia – Contributo de Nicolau Nasoni, situada na parte baixa da rua das flores. O arquitecto - pintor participou na fachada da igreja, decorada de uma forma exuberante e cujo interior, coberto de azulejos, encerra alguns quadros com interesse.

Estação de São Bento – No coração da cidade, é um belo edifício ferroviário, erguido em 1900, tem as suas paredes cobertas de painéis de azulejos de temas históricos, como a batalha de Valdevez, a entrada de D. João I na cidade ou a conquista de Ceuta, e etnológicos: cenas de festas, romarias, vindimas... que transmitem o seu dinamismo às corridas apressadas dos viajantes.

Praça da Liberdade – Os edifícios tem algumas das melhores fachadas Art Nouveau da cidade e dão uma inconfundível marca de elegância a esta avenida. O trabalho de reconstrução da praça para receber o metro da cidade criado pelos conceituados arquitectos Sisa Vieira e Souto Moura, introduzem a Praça da Liberdade e Avenida dos Aliados no novo Século, com um estilo arejado e moderno.

Igreja dos Clérigos – Erguida como uma torre de menagem, a mais de 75 metros acima do solo e numa das praças mais altas da cidade, chegou a servir de ponto de orientação para os marinheiros que chegavam ao Porto. O templo foi construído em meados do século XVII, a partir de um projecto do arquitecto Nicolau Nasoni, que impôs a sua visão pessoal do barroco e muitos outros edifícios portuenses e cujos restos mortais repousam precisamente nesta igreja.

Sé Catedral – um dos edifícios religiosos mais antigos do Porto, situada numa colina e rodeada por uma esplanada de pedra com um grande miradouro. A construção data do século XII e conserva alguns elementos românticos, com as duas torres e a rosácea da fachada principal. Os acrescentos posteriores foram alterando a sóbria construção original, mas ainda conserva um bonito claustro gótico forrado com painéis de azulejos barrocos onde estão representados temas da mitologia clássica.

O caminho:No Porto divide-se em três diferentes alternativas, todas passam pelo centro da cidade, se por algum motivo se perder na esplanada da Catedral da Sé encontra o seu caminho (seta amarela).

Albergues

Tuy – Antiga casa reitoral reabilitada
Rua Pároco Rodriguez
Vazquez s/n Tuy
40 camas
Localização: Traseiras da catedral de Tuy
Próximo Albergue a 16 Km


O Porrino – Edifico de construção recente
Finca Isla. Estrada de o Porrino
Gondomar
52 camas
Local para Bicicletas
Próximo Albergue a 16 Km


Redondela – Casa senhorial renascentista do século XVI
Casa da Torre
Praça de Ribadavia s/n Redondela
64 camas
Com Museu
Próximo Albergue a 21 Km


Pontevedra – Nova construção
Rua Otero Pedrayo s/n
Pontevedra
56 camas
Próximo albergue a 21Km

Briollos – Construção recente
Siga o caminho, fica 2 Km antes de Caldas del Rei
Próximo Albergue a 17 Km

Padrón – Casa urbana restaurada
Costina do Carme s/n. Padrón
44 camas
Localização: Ao lado do Convento do Carmem
Próximo Albergue a 10,1 Km


Teo – Nova construção
Vilares de Rua de Francos s/n
Antiga nacional 550. Teo
28 camas
Próximo Albergue a 12,9 Km


Santiago de Compostela:
Seminário Menor Belvis
700 camas
Não é gratuito (5 euros noite)

Algumas notas:
Em todos os albergues deve Carimbar a credencial.
Nos albergues do caminho pode pernoitar apenas uma noite.
No Albergue de Santiago pode ficar até 3 noites.

Sinalização do Caminho

Para quem tem receio de se perder, não se preocupe pois vão encontrar todo o caminho muito bem assinalado, a sinalização que pode ser: a vieira as setas ou outros, que distam entre si 100 a 200 metros.
No caso de se perder, e andar mais de 250 metros sem ver sinalização é porque se perdeu, volte para trás e procure a sinalização e voltará ao caminho. Fica desde já o agradecimento a todos aqueles amigos do caminho que voluntariamente fazem a manutenção da sinalização.

Algumas notas:


- As setas amarelas indicam o caminho de Santiago, em sentido contrário encontram as setas azuis que indica o caminho da peregrinação para Fátima. São muitos os peregrinos que fazem Santiago Fátima e Fátima Santiago.
- Quem começar o caminho em Portugal, conte apenas com as setas para se orientar, as Vieiras encontramos apenas em Espanha.

Caminho Português


A sua configuração contará com uma dinâmica histórica de diversa índole. Pontes, capelas rurais, santuários, cruzeiros, paços e cidades históricas vão-se desenrolando. O caminho português na Galiza, no seu decorrer em direcção a norte, faz uso de trajectos antigos que cruzam bosques, terras de labor, aldeias, vilas e cidades históricas. Caminhos que saltam cursos de água através de pontes romanas e medievais. A hospitalidade da gente é proverbial. A acolhida ao peregrino é uma das marcas de identidade da peregrinação jacobeia. Iniciada na Idade Media por monges e clérigos nos hospitais fundados por reis e nobres, são hoje os hospedeiros dos albergues dos peregrinos e os habitantes das actuais povoações quem mantém a bela e secular tradição.

Em certas ocasiões, os peregrinos têm que se esquecer as sendas de terra e pedra, para caminhar pela berma da estrada N – 550, Vigo – a Corruna. O traçado da estrada foi-se sobrepondo a boa parte da rota portuguesa do caminho de Santiago. Para a peregrinação tradicional isto supõe uma certa incomodidade. No entanto, trata-se de uma inconveniência passageira e pontual que resulta perfeitamente compensada no momento da conclusão de cada uma das distintas etapas deste trajecto de devoção, arte e cultura, possuidor de uma força monumental e ecológica fora de qualquer dúvida. Divinal!

Historia de Santiago de Compostela


São várias as versões sobre Santiago de Compostela.

A 1ª diz que Tiago irmão de João, morreu à espada em Jerusalém, na perseguição desencadeada contra os chefes da igreja por Herodes Agripa.
De acordo com a mais apurada cronologia, o seu martírio ocorreu no ano 42 d.C. .
No século. IX (814), o bispo Teodomiro de Iria descobriu Milagrosamente o corpo do apóstolo e o rei Afonso II, O Casto, edificou uma igreja e um mosteiro sobre o sepulcro do santo.

A 2ª diz que Santiago, o Maior, o evangelho na Hispânia e tendo regressado a Jerusalém, aí sofreu o martírio. Depois, terá sido trasladado para Jope e dali, por mar, para Iria (actualmente Padrón Galiza).
Outro testemunho, diz-nos que após a sua morte, o seu corpo foi recolhido por Atanásio e o Teodósio, e levado num barco que navegaria para Lusitânia. Chagados a Iria Flavia (ria de Arosa), núcleo onde vivia a Rainha lupa, os discípulos suplicaram-lhe para deixar sepultar o seu amigo. A Rainha fingiu ceder ao seu pedido e disse-lhes:
“Ide àquele monte e buscai dois bois que atrelareis a este meu carro e levai vosso Amigo e vosso Mestre para o sepultardes aonde queirais!”
Sabia Lupa que não havia bois mas sim touros bravos naquele pousio. Primeiro, apareceu-lhes um dragão que os atacou. Mas ao fazerem o sinal da cruz, o dragão desfez-se. E milagre, os touros bravos quedaram em bois mansos. Ficou a Rainha convencida da missão religiosa que traziam os discípulos e depois de colocarem o corpo no carro deixaram que os bois seguissem o seu caminho. Onde eles parassem, aí seria sepultado o mestre. Ao lugar, chamaram-lhe, então, de “Liberum Donum” ou “Libre Don”, em recordação dessa oferta. Aqui construíram os discípulos uma capela e aqui viveram e morreram junto do túmulo do Apóstolo.
Posteriormente, segundo refere a tradição, o eremita Pelayo explicou ao Bispo Teodomiro de Iria que durante a noite tinha observado luzes que partiriam da pequena capela. O Bispo foi, então, com uma numerosa comitiva e encontrou num sepulcro de mármore as relíquias do Apóstolo.

No relato Pseudo Turin, Liber Santi Lacobi, conta-se o seguinte: (...) e olhando Carlos Magno para o céu viu um caminho de estrelas que começava no mar da frísia e ia pela Alemanha e pela França, e pelo meio da Gasconha e Navarra, e pela Espanha adiante, terminando na Galiza onde estava sepultado o corpo de Tiago.
Então Tiago apareceu em sonhos a Carlos Magno para lhe explicar o simbolismo da Via Láctea e recomendar-lhe como haveria de seguir aquele caminho para que pudesse venerar as suas relíquias e libertar os seus caminhos muçulmanos.
Assim fez Carlos Magno. Tomou Pamplona, venerou Santiago na sua catedral e deitou ao mar, em terras da Galiza as suas lanchas!
E assim, diz a lenda, se chamou Compostela – campo (campus) + estrelas (Sttela) – a este local.
Santiago foi durante a Idade Media, a zona mais antiga, mais concorrida e mais celebrada de todo nordeste peninsular. A Peregrinação jacobeia a partir de Portugal, que já existe desde da época da Alta Idade Media, intensificou-se com a independência do país em meados do século XII. Desde então o culto jacobeu e a peregrinação a Compostela, considerada como uma das marcas de identidade da cultura europeia, tiveram em terras lusitanas uma projecção muito importante.

” O caminho de Santiago na história do Ocidente significou uma das mais importantes vias de peregrinação e intercâmbios da cultura. Todos os países da Europa medieval contribuíram activamente para a sua criação e na realidade nenhuma nação lhe é historicamente estranha. O caminho de Santiago fundiu o sentir o pensamento de muitos homens e de onde nasceu o constituído o espírito ocidental.”
A Galiza iluminou então ao mundo uma nova estrutura espiritual, que em breve se transformou numa aculturação de ideias, de costumes e técnicas, de civilizações.
Foi pelo caminho de Santiago que circularam Rainhas e príncipes, pintores e artistas, trovadores as cantigas milagreiras, os romances heróicos, as narrativas e as lendas que encheram a geografia literária medieval.

Boas Vindas



Olá, bem vindos a aventura do meu “caminho”. Os motivos que me levaram a fazer o “caminho” penso que não diferem dos demais motivos, procura de introspecção, para descobrir mais sobre mim mesma; sobre a vida; Ele..., ter tempo para O escutar sem a perturbação da agitação do dia a dia e ainda a procura de novas sensações. Depois do caminho, cheguei a casa de pés massacrados, mas de espírito leve. Por tentativas frustradas, tentei explicar o que não se consegue transmitir por palavras, é uma experiência que “cada um tem de viver por si mesmo”, para saber o que significa. Á medida que ia tentando converter em palavras a minha experiência estava a perder a minha recordação, estava a categorizar o que não pode ser categorizado e a definir o que não tem definição.
Resolvi então relatar os acontecimentos e dar a cada um de vocês meus amigos a oportunidade de interpretar o que eu quero preservar para sempre no meu coração e na minha memória.

Neste texto dou certas dicas, para que possam ultrapassar certos erros que cometi e serei fiel aos acontecimentos expondo factos, acontecimentos e pensamentos ao vosso dispor. Para os amigos que me acompanharam nesta jornada um especial agradecimento; foram todos fantásticos. Obrigado!